Artesanato Africano

Todo artesanato africano assim como a sua arte é uma fiel representação dos costumes e hábitos das tribos africanas. Em cada peça produzida por esse povo podemos observar o quanto sensíveis eles são e o quanto buscam fazer trabalhos que sejam funcionais.

Na arte, além das pinturas, as esculturas se destacam. Se observa muitas vezes nessa forma de se expressar, o quanto o povo africano é preocupado com os valores religiosos, étnicos e morais. As esculturas, em grande parte, representam a figura humana.

A escultura, um dos artesanatos mais comuns e forma de arte dos africanos, foi feita por eles usando os mais variados materiais, como marfim, bronze e ouro. Aliás, essa é uma característica muito forte na maneira de fazer arte com as mãos, a variedade de materiais que eles experimentam para fazer um mesmo tipo de objeto.

Artesanato Africano: As Máscaras

Não somente as esculturas merecem destaque, pelo contrário, tem muita coisa bonita para ser descoberta quando o assunto é artesanato africano. Entre elas, aquelas mais “representativas” daquele povo, como por exemplo, as máscaras.

As máscaras não são simples peças para decoração, elas possuem um significado místico, possuem um toque de mágica. Tamanha sua importância é que as máscaras criadas pelos africanos são uadas em rituais e funerais.

As máscaras, assim como outros objetos feitos pelos africanos, são confeccionadas usando os mais diversos materiais. Marfim, barro, metais, são alguns dos materiais utilizados pelos africanos para fazer as importantes máscaras, porém, entre todos, eles preferem usar a madeira.

As máscaras, como não são um mero objeto, na cultura dos africanos, ajuda o povo a conectar-se com uma entidade sagrada e por isso, elas são modeladas na selva, em segredo.

Para quem se interessa pela cultura africana do passado, nos museus da Europa Ocidental é possível encontrar um grande acervo de peças produzidas pelos africanos.

Vamos Falar Do Início Da Arte Africana

Para entender melhor o artesanato de ontem e de hoje dos africanos, vamos voltar no tempo e descobrir as origens da história da arte da África. Os livros de história contam que ela começou no Saara, em Níger, que hoje conhecemos como Nigéria. Neste local é possível observar a habilidade dos africanos com as mãos para entalhes, que datam de 6 mil anos atrás pelo menos.

A escultura africana mais antiga que se tem registro é chamada de Nok e teria sido feita em 500 a.C.

Destaque também para os artesanatos que eram fabricados pelos índios do sul, que exerceram grande influência naquele produzido pelos africanos. Uma observação sobre os objetos recuperados de um tempo tão distante é analisar o quanto a natureza foi “interpretada” por esses povos na construção do seu artesanato. Os desenhos são naturais, assim como as formas e se percebe uma forte influência da vida vegetal.

África Subsaariana: Produção Mais Complexa

Se lá nos primórdios o artesanato africano era simples “baseado” na natureza, por volta do século X, na África Subsaariana, a produção se tornou mais complexa. Os africanos, por exemplo, começaram a desenvolver trabalhos feitos em bronze, com terracota e usando metais. Para decorar essas peças artesanais, eles ainda usavam pedras preciosas e marfim.

Foi assim, que o artesanato africano se destacou e se tornou muito prestigiado em boa parte da África Ocidental. As peças feitas pelos artesãos da época eram tão especiais que ficavam restritas a família real, um bom exemplo disso, são os “Bronzes do Benim”.

A Variedade Dos Materiais Usados No Artesanato Africano

A madeira era o material preferido para confecção das esculturas, como foi dito, porém, os africanos gostavam muito de usar fragmentos de vidro, das mais variadas cores. Na época, um material muito difícil de ser encontrado. Com esses vidros eles davam “vida” a várias figuras de animais e humanas, partindo de gorros e usando ainda, fio de algodão e tecido. A combinação dos materiais era sempre feita seguindo a direção vertical. Para completar, eles usavam canudilhos metálicos, pedras, algodão ou seda para alternar com o material principal.

Falando em tecido, os africanos preferem usar os estampados, mas não ignoram completamente os lisos na hora de produzir trabalhos manuais. Mas, nunca falta a decoração, normalmente, com pedras de vidro.

O tear horizontal também foi e ainda é um trabalho manual muito difundido pelos africanos. Primeiro se fabrica as tiras e depois elas são agrupadas longitudinalmente para se criar grandes pedaços de tecidos. Esse tipo de produção de tecido tem o nome de Ente e quando estampado de Denkira. As estampas são figuras diferentes, mas que através de uma estrutura formam um desenho ou uma motivo central.

Os desenhos feitos pelos africanos sem tingidos com tinta vegetal e depois impressos em tecidos de cor branca.

Outros Materiais Usados Pelos Africanos

É importante destacar o uso do ferro no artesanato africano, peças que são feitas a partir de prancha fundida com pressão e calor. As mais diversas formas são confeccionadas dessa forma e algumas delas com representação religiosa, como a entidade Gu, por exemplo.

A mesma técnica é usada para fabricação de instrumentos musicais.

Na arte africana percebemos, muitas vezes, a representação da figura humana, ora mais evidente, ora através de marcas. Eles tendem a buscar modelos anatômicos, como se quisessem fazer um retrato.

Vale destacar as cabeças de bronze, que na sua maioria servem para representar características faciais, com detalhes bem sutis e algumas até mesmo com deformações propositais.

Curiosidades Sobre A Influência Africana No Mundo

Os africanos passaram por muitas partes do mundo e foram deixando várias influências para os povos que por muito tempo, os fizeram de escravos. Um exemplo, foi o tango. No ano de 1846, no dia 28 de outubro, o então Presidente da República do Uruguai, Joaquin Suárez, decretou o fim da escravidão naquele país.

Muitos rituais de dança, porém, que eram praticados pelos africanos, ficaram de herança para os uruguaios. É possível ler em documentos em Montevidéu, que fala sobre o tangós. A dança foi desenvolvida simultaneamente em Montevidéu e na Argentina, em Buenos Aires. Apesar de existirem controvérsias sobre o que influenciou o ritmo. Alguns historiadores atribuem aos imigrantes espanhóis e outros aos italianos. Porém, outros afirmam que a dança vem de uma música africana, assim como os movimentos.

Os africanos também influenciaram as obras do pintor espanhol Pablo Picasso, que mesmo sem ter nunca visitado a África, reproduzia as estátuas e máscaras produzidas pelos africanos em suas pinturas.

O artesanato africano tem sua origem principal em seus costumes tribais e étnicos. As peças, hoje em dia encontradas à venda como souvenirs para turistas, ou mesmo em mercados e vendas para os cidadãos africanos, têm sua gênese em objetos práticos e de uso comum.

É bastante frequente o uso da figura humana no artesanato africano, representando não apenas seu povo, como também seus costumes e cultura, já que grandes nações só passaram a se formar na África depois da colonização daquelas terras, onde antes miravam milhares de pequenas tribos, e cada uma delas tinha seu próprio modo de vida, crenças, cultura e costumes.

O artesanato africano se ampliou muito nos últimos anos, muitas vezes mesclando uma forma de artesanato de uma tribo específica com outras, fazendo com que a sua formação seja mais ampla, mas também menos específica. O artesanato africano, assim como todos os artesanatos típicos, representa uma forma de cultura de um povo.