Hardanger

A história do bordado Hardanger não fora bastante documentada, porém, acabou se tornando popularmente conhecida na época da Renascença, quando a utilização do linho na confecção de peças de roupas veio à tona. Enraizou-se por toda a Itália, onde eram feitas as rendas com Ponto Rialto e Taglito.

A estrela com oito pontas do Hardanger foi vista num bordado da Índia, sendo, portanto, um ícone universal. Chamada originalmente de Norwegian Drawn Work, passou a ser denominado de Hardanger, em razão de sua procedência no Fiorde Hardanger, na Noruega, ao noroeste de Stavanger.

A Elaboração

O Hardanger é feito com vazados pequenos, geométricos e quadrados, dando sequencia ao entrelaçado do tecido. Tem uma variedade grande de estrelas e é feito com quatro fios do tecido. Alguns dos pontos utilizados na produção do Hardanger são pontos de cabo, ponto de cetim, ilhós, barras tecidas e enchimento com fios cruzados.

É uma forma tradicional de bordado confeccionada com uma fiação branca no mesmo tecido de tecelagem branco, usando fio contado e procedimentos de execução elaborados. Por vezes é chamado de bordado whitework.

Origem

A exata origem do bordado Hardanger não é conhecida, mas acredita-se que tenha tido início na Ásia e Pérsia antiga. Durante o período do Renascimento esta primitiva maneira de bordado espalhou-se por toda a Itália, evoluindo ao bordado Reticella e chegando até as rendas venezianas.

O Tecido

O bordado Hardanger pode ser executado em algodão, linho, ou mistas fibras e até mesmo em sintéticas, porém devem, obrigatoriamente, conter uma trama evidente e regular, como, por exemplo, no cânhamo, grosso ou fino. Os tecidos a disposição no mercado brasileiro são mínimos.

Dentre aqueles importados, são descobertos linhos em inúmeras cores e espessuras diferentes e a trama chamada Hardanger, feita em algodão, conta com vinte e duas polegadas. Os mais utilizados linhos são aqueles que possuem entre vinte e vinte e oito fios por polegada. Linhas (fios)

A espessura dos fios deve ser conforme o tecido a ser usado. O hardanger utiliza sempre duas dimensões de fios: uma mais grossa própria ao ponto cheio, cetim e ao caseado, e outra mais fina aos outros pontos.

De forma habitual, em tecidos que tenham quantidade menor que vinte e cinco fios por polegada, como o cânhamo grosso, por exemplo, costuma-se usar o fio com espessura de cinco e oito. Já naquelas tramas com um número maior que 25 por polegada, usa-se o fio com espessura de oito e doze.

Os mais comuns fios importados são ANCHOR Pearl Cotton  e o DMC Perlé Cotton, sendo que normalmente o fio 08 vem em novelos e o fio 05 vem em meadas. Para trocar os fios pelas linhas mouliné em meada, é melhor seguir a seguinte dica:

  • Fio 05 = cinco fios de linha mouliné
  • Fio 08 = três ou quatro fios de linha mouliné
  • Fio 12 = dois ou três fios de linha mouliné

As linhas de algodão de espessura cinco encontradas no Brasil são Esterlina e Cléa. Já no caso daqueles de calibre oito, são: Esterlina, Carla, Clara, Pinguim 1000, Cléa e Camila, em inúmeras cores em cada uma das marcas.

No mercado brasileiro não são encontrados fios de calibre doze.

Tesouras e Agulhas

As agulhas usadas são sem pontas Tapestry Corrente, sendo a número 26 a mais fina e a número 18 a mais grossa, conforme a linha que se irá trabalhar. Quase sempre, a agulha de número 24 pode ser usada com todos os fios. É necessário que se tenha mais de um item desses, em razão de determinados procedimentos na fase do arremate.

No caso das tesouras, as mesmas precisam ter uma fina e aguçada ponta, e precisam estar bastante afiadas, com alta capacidade de corte  e precisão. A utilização de bastidores fica a critério de cada um, ainda que seja aconselhável principalmente quando do ponto cetim e também no momento de cortar os fios.

Marcações e Esquemas

Como todo artesanato que trabalha com fio contado, os gráficos para hardanger têm desenhos no papel quadriculado. É comum que encontremos gráficos que tragam somente a 4ª parte do bordado, que sempre estará demarcada por setas.

Para ajudar na separação dos fios, além de auxiliar na busca do melhor ponto para começar o processo e dispor ainda de uma maneira de precaver-se de futuros erros na contagem e na confecção dos pontos, portanto, é preciso alinhavar toda a peça, começando do centro, colocando pontos que juntam quatro fios por vez. Tal alinhavo precisa ser confeccionado na largura e na altura do tecido.

O processo é básico: dobre ao meio o tecido. Inicie o alinhavo com 02 fios à direita do ponto, e dê sequencia, juntando de 04 em 04 fios até o término. Siga do outro lado. Retorne novamente ao centro, e inicie o alinhavo pegando 02 fios sobre aquele ponto.

Faça um firme alinhavo e de contrastante coloração. O meio da peça deve sempre marcar o centro de um ponto de quatro fios horizontais e quatro fios verticais, da mesma forma que se faz quando da contagem dos blocos a receberem o bordado.

Veja que na quantidade dos blocos, tanto na largura quanto na altura, demonstraram números fracionados. O centro é assinalado desta forma, já que quando a repetição do desenho for feita, o centro será tomado por este 0,5 bloco.

Se o artesanato a ser executado exigir uma barra, a mesma precisa alinhavada antecipadamente.

Onde e Como Começar

É um problema definir um lugar para se iniciar o bordado, mas isso pode ser diminuído se o período de elaboração do trabalho for bem executado. Para achar o lugar para dar início basta tanto contar o esquema quanto as linhas do tecido.

Precisam ser encontrados o meio do projeto e o centro do tecido. O lugar melhor para iniciar sempre será aquele que estiver mais acessível, a começar do meio.

O alinhavo descreveu no tecido uma cruz, e, no gráfico, o centro deve também estar riscado. O é preciso ser feito é buscar o último bloco dos pontos cetim que deverão ser bordados em qualquer uma das pontas desta cruz.

Jamais se deve iniciar o bordado através de blocos com o ponto caseado, que precisam ser confeccionados apenas após os blocos em ponto cetim. O ponto caseado complica a observação dos fios da trama, por isso, o ideal é ter bordados os blocos internos antes, que atuarão como guia.

Um dos pontos mais difíceis de fazer no bordado é o ponto reto, mas nada impossível. Hoje em dia com tanta tecnologia e publicações voltadas ao trabalho manual é possível facilmente aprender o hardanger passo a passo, ou como todo mundo conhece, o ponto reto. Em uma escala de dificuldade de 0 a 5, este ponto alcançaria facilmente o ponto mais alto da escala da dificuldade e por isso não se recomenda começar a aprender a bordar com ele. O ideal é aprender primeiro outras técnicas para depois partir para o handanger passo a passo.

Para quem quiser aprender a fazer o hardanger passo a passo, uma dica é procurar revistas de bordados. Ele pode aparecer como ponto reto, mas é o mesmo ponto, apenas com um nome diferente. Outra dica é olhar tutoriais online que ensinam a como fazer tais pontos, sempre bom bons passo a passo. Na rede social Youtube também há uma boa quantidade de vídeos explicando como fazer.

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Categoria(s) do artigo:
Bordados

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