Transformar Pele de Peixe em Artesanato

Você pensou que seria possível ouvir uma frase em que pele de peixe e artesanato aparecem juntos? Pois, saiba que um biólogo do Guarujá, litoral do estado de São Paulo, descobriu que isso é perfeitamente possível e desenvolveu uma forma natural de usar a camada mais fina da pele do peixe como um tipo de couro.

A ideia foi criada para retirar da natureza um material que seria descartado como lixo. Agora a pele de peixe pode ser usada para fazer peças como bolsas, anéis e chaveiros que já tiveram a sua fama reconhecida até na Europa. Conheça mais sobre essa fantástica história e de que maneira o “couro” de peixe pode ser usado para artesanato.

Encontrando a Matéria-Prima

O biólogo Diogo Borges Rodrigues de Sá se mudou do interior para o litoral do estado de São Paulo em busca daquela que seria a matéria-prima para o seu segundo trabalho, o artesanato. O mais curioso nessa história é que Diogo deixou um bom emprego numa indústria para investir todas as suas fichas no sonho de viver de artesanato. O desejo do biólogo era criar peças com couro, mas não qualquer couro.

Para conseguir utilizar a pele de peixe ele criou um método para que essa camada fosse convertida num tipo de couro. A ideia apareceu porque Diogo desejava fazer um trabalho mais ecológico com couro sem usar água e nem produtos tóxicos. O processo para converter a pele de peixe em couro é feito a seco e ainda tem a vantagem de preservar a bela textura da pele de peixe. Ele começou a fazer experiências no ano 2006 em casa e somente em 2011 que fez o registro do processo.

Guarujá

Quando se mudou para o Guarujá o jovem biólogo estava procurando por reconhecimento para o seu processo. Assim que chegou Diogo procurou a prefeitura da cidade e conseguiu incluir a sua atividade num projeto que iria começar na cidade. A prefeitura estava pensando em criar uma cooperativa e Diogo tinha esse desejo inicial de criar uma empresa.

O biólogo não tinha recursos próprios para começar a sua empresa e a prefeitura da cidade então lhe cedeu um espaço com luz e sem necessidade de pagar aluguel para que as atividades fossem iniciadas. Então houve a criação da Cooperativa Pérolas do Guarujá (Coopeg) que tinha um trabalho voltado para a produção de couro de peixe, fibras naturais entre outros materiais. Basicamente a ideia era criar peças de uso cotidiano nas casas. Para que os produtos pudessem ser criados pelos cooperados Diogo precisou ensinar para eles o método que transforma pele de peixe em couro.

O Processo

A cooperativa compra a pele de peixe ou mesmo pega esse material em peixarias da cidade. A pele do peixe precisa ser guardada em freezers até que passe pelo processo que a transforma em couro. No momento do trabalho a pele é descongelada e então começa o procedimento de raspagem para se possam eliminar o excesso de escamas, carne e gordura.

A pele do peixe pode passar por um processo de tingimento ou não. Em seguida se pega a parte de dentro que deve ser esticada. Com essa parte esticada vem o momento de passar uma camada de cola junto com outro produto – feito pelo biólogo e que consiste numa combinação de sais. Após a aplicação desses produtos é necessário deixar a pele de peixe secando.

Diferencial

Diogo sempre gosta de ressaltar que o seu método de transformar pele de peixe em couro é exclusivo e diferente de tudo o que já existe uma vez que somente ele tem a fórmula do produto feito com sais. Existe ainda o fato de que outros métodos que fazem essa conversão usam uma grande quantidade de água enquanto que o método dele é feito a seco. Diogo acredita que em outros métodos é necessário mais ou menos 32 mil litros de água para cada uma tonelada de pele de peixe congelada que resulta em aproximadamente 750 quilos de couro de peixe.

Couro de Peixe – Produtos

O chamado couro de peixe pode ser usado para fazer uma grande variedade de peças como bolsas, acessórios, carteiras, porta-guardanapos, utensílios para o lar entre outros. Podem ser usados ainda outros materiais para ajudar a modelar o couro de peixe como garrafas pet e caixas de leite. Para deixar as peças coloridas é usado um corante, quem deseja um processo mais artesanal pode usar até borra de café.

Questão de Influência

A ideia de transformar a pele de peixe em couro foi algo que influenciou a cidade do Guarujá e cada vez mais pessoas tem encontrado nessa técnica a possibilidade de desenvolver novos tipos de artesanatos. A dificuldade em tornar a atividade ainda mais intensa reside no fato de que ainda é necessário ter mais ferramentas e máquinas para otimizar o trabalho.

As pessoas que fazem parte dessa cooperativa sabem que todo dia é uma nova luta para conseguir desenvolver o trabalho. A prefeitura até mesmo cedeu alguns espaços nas praias do Guarujá para vender as peças artesanais feitas com o couro de peixe, mas as vendas ainda não são o suficiente para ajudar a alavancar a cooperativa. Todo o dinheiro que se obtém com as vendas é usado para custear o trabalho da cooperativa e vender as peças ainda é um pouco difícil.

Reconhecimento Internacional

Os produtos feitos com couro de peixe ainda não são muito conhecidos e aceitos no Brasil, no entanto, possuem uma ótima aceitação na Europa. Aos poucos as peças e o trabalho vem ganhando destaque, mas o jovem biólogo ainda deixa claro que é necessário que haja mais divulgação e que as pessoas compreendam que se trata de um trabalho importante para o meio ambiente uma vez que evita que esse material se acumule como lixo.

Nas cidades do litoral a pele de peixe representa uma dificuldade uma vez que é feito o descarte em grande quantidade desse material. É necessário que haja alguma maneira de transformar o material em algo aproveitável como faz a cooperativa.

 

Hoje em dia já existe uma variedade de materiais para a realização de produtos e objetos artesanais, e a criatividade das pessoas estão cada vez mais acirradas, pois acabaram de descobrir que com a pele de peixe pode- se fazer vários produtos que ficam belos em vários tipos de produtos.

O couro do peixe passa por vários processos, onde a pele é limpa e congelada e logo após é passado por um processo químico para o tingimento e fixação da cor da pele de peixe, depois dessas etapas as peles são cortadas para a venda, geralmente são vendidos á quilo.

E com essa pele os artesãos abusam da criatividade, pois com a pele se faz belas bijuterias, bolsas, sapatos, cintos, chaveiros, mochilas entre outras. A aceitação desse artesanato feito com pele de peixe é muito aceita e já está ajudando na renda familiar de muitas comunidades.

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