A pratica do artesanato, sem duvidas é uma das mais antigas e tradicionais da história. O artesanato existe desde os anos 6000 a.C., no período neolítico, onde os homens fabricaram os primeiros objetos artesanais. Ou seja, feitos com as próprias mãos. Nesse período o homem aprendeu a polir, tecer entre outros.
Como a técnica do artesanato já está a muito tempo na história da humanidade, com o tempo ela foi sofrendo adaptações e algumas novas técnicas. Uma delas é o chamado artesanato sustentável, dentre ela o uso da matéria prima para a fabricação tomou outro sentido.
O Que É Artesanato?
Antes de mais nada para entender a pratica é preciso saber o que a palavra artesanato traz como significado. Artesanato se resume em uma técnica manual para produção e fabricação de objetos onde apenas dois recursos são utilizados: matéria-prima e a mão de obra do artesão.
Considera-se como artesanato tudo aquilo que foi produzido por trabalho manual, onde cerca de mais de 80% foi destinado da transformação da matéria-prima em produto final pelas mãos do artesão.
A pratica do artesanato geralmente remete a cultura do artesão, envolvendo o meio em que ele está inserido, seus costumes e modos. Tais profissionais são vistos como artistas, pois suas peças são como obras de arte.
Como Surgiu O Artesanato?
O artesanato surgiu ainda no período neolítico (6000 a. C.), na pré-História. Nesse período foi quando o homem aprendeu a como tecer fibras animais e vegetais, polir pedras, fazer cerâmica.
A pratica surgiu com a necessidade do homem em produzir seus próprios objetos afim de serem usados no dia a dia para que facilitasse sua sobrevivência. Ou até mesmo para criação de adornos, que remetiam a sua capacidade criativa e produtiva em forma de trabalho.
As peças fabricadas por essas pessoas na época eram feitas manualmente e utilizadas para confeccionar roupas, caçar ou até mesmo para se fazer esculturas, sejam elas de pedra ou madeira.
O processo de fabricação das peças tinha caráter familiar, ou seja, todas as pessoas da família estavam empenhadas na fabricação, seja procurando matéria prima, polindo, cortando, produzindo eles estavam juntos. O trabalho inicialmente era como uma forma de sobrevivência para a família, contudo com o avanço dos anos a prática servia como sustento da família e aumento de sua renda.
Com o estouro da Revolução Industrial, em 1960, na Inglaterra. A prática do artesanato foi muito desvalorizada dentro do mercado. O trabalho do artesão foi desvalorizado devido a nova forma de trabalho que foi implementada nesse período, o trabalho passou a ser dividido, onde cada pessoa obtinha apenas uma função especifica dentro das fábricas. Dessa maneira, grande parte das pessoas que trabalhavam em casa, passaram a fazer parte do corpo das fábricas e deixaram de participar do processo de fabricação de produtos familiares. Deixaram de ser artesãos.
Nesse mesmo contexto, aqueles poucos artesãos que ficaram de fora da fabrica passaram por uma grande desvalorização no mercado, e eram submetidos a condições precárias de trabalho e uma péssima remuneração. Já que, os mesmos tinham que competir com um enorme mercado industrial, mercado esse que sua produção era extremamente mais rápida do que o trabalho manual de um artesão.
No entanto, felizmente, o artesanato voltou a ocupar espaço no mercado e prestígio diante a sociedade. Ainda são usados elementos naturais em grande parte de suas peças e é facilmente encontrada em todas as regiões do mundo, cada uma representando características de suas culturas. A prática do artesanato não é única, ela se manifesta de diversas formas, por tal motivo é considerada uma das partes mais essências para se ter uma valorização de uma determinada cultura.
Artesanato No Brasil
O artesanato brasileiro, além de ser um dos mais ricos do mundo, garante o sustento de muitas comunidades e famílias por todo o território. A pratica do artesanato também surgiu nesse mesmo período no Brasil, onde os índios marcaram-se como os mais antigos artesãos.
Os índios utilizavam diversos meios para produção de peças, a pintura, cerâmica e cestaria, utilizam plumas para a fabricação dos seus adereços, como os cocares, tangas e mais algumas peças do vestuário com plumas e penas de aves.
Além de garantir o sustendo de diversas famílias, o artesanato brasileiro está fortemente ligado à nossa cultura. Faz parte do folclore e revela diversos costumes, modos, características e tradições de diversas áreas do país.
Tipos De Artesanato
Dentre as diversas formas e tipos de artesanato alguns possuem maior destaque do outros. Talvez por obter uma maior complexidade na sua fabricação ou pelo simples fato de agradar mais esteticamente os olhos de quem vê. Alguns exemplos são:
Cerâmica: a arte desse produto no Brasil, se desenvolveu nas regiões mais propicias na extração do barro, que é a matéria-prima principal utilizada na fabricação. Ela é uma das formas de artesanato e de arte popular mais desenvolvida no país. Na região nordeste, as feiras culturais são marcadas pelos bonecos de barro que representam as figuras típicas de lá, como os cangaceiros, vendedores, músicos, retirantes e as rendeiras.
Renda: a renda foi uma das diversas coisas trazida pelos portugueses e pelos colonos açorianos. A técnica se trata de um trabalho tradicional da região litoral do território brasileiro. A renda se encontra presente nas roupas, toalhas, lenços e outros artigos. Tem um teor bastante sofisticado e elegante. Apesar de não ser um produto de origem brasileira, a renda se tornou um produto local devido ao processo de aculturação.
Cestas e Trançados: um dos trabalhos mais bonito e mais complicados de se fazer. Exige muito talento para fazer a produção desses artigos. A arte de trançar as fibras foi uma herança deixada pelos índios. A produção de redes, balaios, esteiras, chapéus, peneiras entre outros. Tal prática também é muito usada nos artigos de decoração, a técnica permite a variação de formas geométricas, variedades de espessuras, uso do corante e mais alguns materiais. Outra coisa que chama bastante atenção é a vasta diversidade de fibras e palhas que podem ser usadas como matéria-prima.
Artesanato Sustentável E Sua Funcionalidade
Como citado anteriormente, a pratica do artesanato com o passar dos anos foi sofrendo diversas variações e adaptações. Começaram a fazer o uso de novos matérias como matéria-prima. E algum desses materiais são fruto de reciclagem.
A pratica do artesanato sustentável se baseia no uso de materiais que já tiveram uma utilidade no mercado e agora não se tem uma destinação correta para eles, ou seja, usar produtos que tem potencial reciclável. Como garrafas pet’s, latas, vidros entre outras. Que podem ser transformados em artigos de decoração, brinquedos e adereços em geral.
A arte de criar produtos únicos com as próprias mãos já é maravilhosa, se torna mais ainda a partir do momento que o material utilizado é proveniente de recursos que seriam muitas vezes depositados na natureza. Além de promover uma fonte de renda, o aproveitamento estético e pratico de diferentes objetos que seriam descartados na natureza, tem também todo uma realização pessoal em estar fazendo o melhor para o ambiente em que vive, sendo mais sustentável.
Os artesãos sustentáveis podem trabalhar em diversas áreas, não só vendendo sua mercadoria, mas também em conjunto com organizações culturais, estabelecimentos com foco em produtos naturais ou em projetos culturais e sustentáveis.
No mais, o artesanato pode e deve ser utilizado como forma de diminuir a poluição do meio ambiente, por meio de criação de peças com objetos recicláveis. Para isso, ele precisa ser enxergado como aliado importante no processo de desenvolvimento social, em que o individuo tenha reconhecimento que a pratica sustentável é extremamente barata e traz consigo grandes resultados para o meio ambiente.