Buriti: Uma Forma De Fazer Artesanato

O buritizeiro é uma palmeira considerada amazônica, mas que pode ser muito facilmente encontrada no norte do maranhão. Seu tronco fino e alongado poe fazer com que a espécie alcance os seus 35 metros de altura. A palmeira que dá origem ao fruto buriti se adapta bem em terrenos alagados ou nas beiras de rios e igarapés. O buriti parece um coquinho, possuindo uma casca muito dura com coloração vinho-avermelhada. Este fruto é muito utilizado em trabalhos artesanais e também na culinária. Apesar disso tudo, ele é bem mais empregado em trabalhos manuais. Este artigo vai tratar de artesanato feito a base de buriti.

Buriti: Uma Forma De Fazer Artesanato

Buriti: Uma Forma De Fazer Artesanato

O Que é a Fibra De Buriti?

Segundo pesquisadores, a fibra de buriti é amplamente utilizada no nordeste do Brasil e gera fonte de renda para milhares de trabalhadores. Tudo começa quando se retira o fruto do buritizeiro e depois de produz a fibra: “A fibra de buriti é amplamente utilizada no artesanato nordestino. Das folhas mais velhas tira-se a palha e das mais jovens extrai-se uma fibra muito fina, chamada “seda” do buriti. Ela é usada em biojóias e em bijuterias feitas com capim dourado. Com o talo mais duro são produzidas cestas, cabos de vassoura e com os mais finos, são confeccionados brinquedos, chapéus, bijuterias e uma imensa gama de produtos artesanais.” explicam.

Do Fruto à Fibra

Para transformar o fruto em uma fibra para produção artesanal, é muito importante que algumas técnicas caseiras sejam aprendidas. Primeiro, as donas de casa lá do Maranhão que já tem a manha, transformam a matéria prima em produto, e o fruto deixa de ser aquele com uma polpa amarelada super gostosa, para se tornar uma fibra que fabricará bolsas, sapatos e outros acessórios. A fibra de buriti é popularmente conhecida como uma espécie de linho. A fibra é seca e depois passa por um processo de tintura a base de ervas naturais ficando com uma coloração perfeita e pronta para ser usada em trabalhos manuais. Este processo é muito utilizado na regiçao de Barreirinhas, no estado do Maranhão.

Made In Brasil

Das casas das maranhenses até além das fronteiras brasileiras. Na Europa, a fibra de buriti é muito usada para produzir bolsas, chapéus e outros acessórios da moda. Os mercados internacionais passaram a se interessar por este material “made in Brasil”, pois o processo é ecologicamente correto. As fama internacional da fibra de buriti só ganhou o seu devido reconhecimento a muito pouco tempo e por este motivo, muitos turistas estão preferindo visitar o maranhão para conhecer essa bela matéria prima.

Experiência Própria

Muitas donas de casa maranhenses estão super satisfeitas em trabalhar em casa transformando o buriti em uma matéria prima mais no que útil para trabalhos artesanais.

Experiência Própria

Experiência Própria

A Dona de Casa, hoje conhecida nas localidades de Barreirinhas no Maranhão, tem 36 anos, casada e com 2 filhos para criar, começou a trabalhar com artesanato da fibra do buriti desde os 10 anos de idade: Ela conta a sua experiência de vida e como o trabalho manual fez com que ela crescesse naquela região: “ Hoje sou feliz, trabalhar com artesanato e ter meu próprio dinheiro, me senti com mais liberdade, “ dona do meu nariz” e valorizada”.

Outra barreirinha que se diz super realizada com o trabalho do buriti tem 51 anos e é separada. Desde os 7 anos de idade, a maranhense cria artesanato com a fibra de buriti sem sair de casa: “Sustentei meus 08 filhos trabalhando dia e noite com artesanato, passei o que herdei de minha mãe para minhas filhas, elas conseguem sua própria renda e hoje estou feliz porque trabalho com uma Cooperativa que exporta para outros Países”.

A Cléo não é do Maranhão, mas vende produtos feitos a base de buriti na internet: “Eu compro material do Samuel Costa (Fortaleza), da Daniela Zemetek (Sao Paulo) e da Fabiane Alam (também Fortaleza). As vendas são informais, feitas pelo Facebook (www.facebok.com/cabority), Flickr ou email, com depósito em conta ou pagamento com cheque e dinheiro”. Com isso, a Cléo se tornou uma pequena empresária que as vezes realiza alguns bazares em sua própria casa: “”De vez em quando faço uma venda aberta na minha casa para que as mulheres possam ver de perto as peças, tomar um café, me conhecer”. Os preços dos produtos feitos pela artesã variam entre R$ 40 e R$ 90, mais o frete para entrega dependendo da cidade aonde você more.

Grupo Linho Dos Lençóis

O grupo realiza trabalhos manuais produzindo produtos e criando a própria fibra de buriti. As artesãs produzem o linho e misturam utilizando outros materiais: ” O grupo é formado pela cooperativa Artecoop e reúne artesãs dos municípios de Tutóia e Barreirinhas.”. A coleção de 2010 lançada pelo grupo de artesãos produziu nada mais nada menos do que 20 peças criadas a partir da combinação de couro, crochê e fibra de buriti: ” Foram confeccionados bolsas, chapéus e carteiras com o auxílio do designer e estilista mineiro Renato Loureiro que trabalha com o grupo há dois anos” segundo uma reportagem.

O grupo já seguiu em frente com o trabalho e até participou de eventos, tanto nacionais quanto internacionais. Um deles foi o renomado Prèt-a-Porter em Paris, realizado no ano passado. Segundo a SEBRAE-MA: “No começo deste ano, elas estiveram em uma exposição paralela ao Fashion Rio, na cidade do Rio de Janeiro. O grupo faz parte do Projeto do SEBRAE Talentos do Brasil que ajuda a divulgar a arte maranhense Brasil a fora.”

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Talentos Do Brasil

O pessoal que trabalha duro nessa produção não se restringiu apenas aos eventos mencionados pela SEBRAE: “No evento, realizado pela promoter brasiliense Márcia Lima, as peças do Maranhão e de mais 11 estados participantes do ‘Talentos do Brasil’ desfilaram na passarela armada no Teatro Nacional Cláudio Santoro. O ‘Talentos do Brasil’ é desenvolvido pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário em parceria com o Sebrae e a Caixa Econômica Federal.”. O desfile foi um sucesso e serviu para propagar o trabalho dos grupos formados por artesãs pelo Brasil a fora. Como reconhecimento de cultura nordestina, muito do que se produziu aqui, já está sendo comercializado em outros países.

Escrito por Jéssica Monteiro da Silva

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