Bandeirinhas de Papel de Seda

Uma das tradições brasileiras mais requisitadas na metade de um ano são, justamente, as festividades caipiras, conhecidas por “Festas Juninas”. Apesar de a palavra “junina” remeter a uma festa realizada em junho, ela passou a designar todas as outras festas realizadas em outros meses (julho, agosto e setembro) que tenham uma temática mais rural.

Por temática rural, entendem-se brincadeiras, danças e comidas típicas de cidades do interior, principalmente, da zona rural. Tais festas costumam atrair milhares de pessoas, que são ávidas por música caipira, pela tradicional quadrilha e, também, se deliciarem com os mais variados quitutes, como paçoca, pé-de-moleque, pastel de milho, milho verde assado, entre muitas outras coisas a se fazer.

E, além das comidas e danças típicas das festas juninas, um aspecto que chama bastante a atenção e faz com que o evento seja realmente pautado nas festanças promovidas pelas cidadezinhas rurais, é a decoração. Pode-se perceber que em todas as festas juninas, os arcos de bambu, cordões de papel crepom e as famosas bandeirinhas estão presentes por toda a parte. Além de ajudar os visitantes a entrarem no clima festivo, tais enfeites fazem com que a festa tenha um cenário muito mais bonito.

No nosso artigo de hoje, iremos dar um destaque maior às bandeirinhas, falando um pouco mais sobre essa tradição que já ultrapassa séculos, além de dar dicas sobre a confecção das bandeirinhas de papel de seda. Vamos lá?

A Festa Junina

Como já dito anteriormente, a festa junina geralmente é realizada em junho – daí o nome “junina”- mas passou a designar, popularmente, todas as festas que eram realizadas com as temáticas rurais, como as brincadeiras tradicionais – pescaria, tiro ao alvo, correio elegante- às comidas típicas – pastel de milho, canjica, salgadinhos diversos, entre outros- que são realizados em áreas como escolas ou que coincidam com períodos litúrgicos religiosos. Geralmente, as festas juninas possuem fundamentos religiosos, principalmente cristão-católicos. Santo Antônio, por exemplo, têm sua festa realizada em junho, onde, para comemorar a memória do santo, é realizada as festividades nos moldes da festa junina.

As festas juninas, no entanto, tiveram início na Europa, tendo como objetivo maior marcar a passagem de uma estação para outra, durante os dias de 19 a 25 de junho. No caso da Europa, que está localizada no hemisfério sul do planeta Terra, a passagem de estação é da primavera para o verão; já no hemisfério sul, a festa marca a entrada do inverno e, consequentemente, a saída do outono.

Apesar de muitos creditarem ao mês de junho a origem da palavra “junina”, outros pesquisadores acreditam que ela possa ser uma referência à São João, que é, também, um dos santos homenageados nas festas juninas, as quais eram chamadas, incialmente, de festas “joaninas”.

É válido salientar, também, que as festas juninas eram comemorações originalmente pagãs, sendo que, no início, eram reprovadas pela Igreja Católica, que condenava os seus fiéis que ousassem participar de tais comemorações. No entanto, com o passar dos anos, a Igreja passou a adotar alguns feriados pagãos, inclusive o Natal, na qual hoje é celebrado como sendo a data do nascimento do fundador do Cristianismo, Jesus Cristo, e as festas juninas, que passaram a representar a festa litúrgica dos santos, como João Batista, o São João.

A Tradição das Bandeirinhas de Festa Junina

Como explanando anteriormente, um dos carros- chefe das festas juninas é justamente a decoração. Bandeirinhas e balões feitos de papel, arcos de bambu que adornam portas e outros locais de entrada, além de decorações feitas de papeis coloridos que visam deixar bastante atrativa e elegante o cenário do evento.

Mas de onde surgiu a ideia da incorporação dessas bandeirinhas na decoração das festas juninas? Acredita-se que isso começou quando, depois da cristianização das festas juninas, as imagens dos santos que tinham suas festas litúrgicas comemoradas em tais festas – São João, São Pedro e Santo Antônio- começaram a ser colocadas em grandes bandeiras que tinham variadas cores. Uma tradição era a colocação de tais bandeiras em água, no qual esse rito era conhecido como a “lavagem dos santos”. O objetivo de tal “lavagem” era fazer com que a água passasse por um processo de purificação, e , com isso, as pessoas pudessem se purificar, depois, com a água. Foi com o passar do tempo, portanto, que essa tradição foi se modificando e se transformou, enfim, nas bandeirinhas que temos hoje nas festas juninas do Brasil e do mundo.

Tais bandeirinhas podem ser confeccionadas utilizando vários tipos de materiais, tais como papel cartão, papel colorido e papel de seda, sendo esse último um dos mais requisitados para a confecção da peça, já que é leve e bonito. No entanto, entrando na onda da sustentabilidade, que o mundo passou a adotar nos últimos anos, muitas pessoas preferem utilizar as folhas de revistas velhas ou folhas recicladas para confeccionar as bandeirinhas, justificando que, desse modo, reaproveita as folhas das revistas, que seriam jogadas no lixo, além de economizar dinheiro.

Um outro adereço bastante utilizado nas festas juninas são, também, os balões de papel, que são presos em fitas juntamente com as bandeirinhas. A história por trás desses balões é que, antigamente, com a falta de meios de comunicações mais adequados, ficava difícil alertar aos povos mais distantes sobre o início da festança junina. Para isso, então, foi desenvolvido o balão, que era aceso por meio do fogo, e subia, sendo um indicativo para os povos mais distantes que a festa estava para começar. Atualmente, a prática de soltura de balões no Brasil é crime, visto que ele pode atrapalhar e muito o céu, principalmente perto de aeroportos. Muitos acidentes aéreos já foram causados por causas desses balões.

Voltando ao assunto das bandeirinhas, elas podem ser compradas prontas, encontrada em papelarias, assim como ser confeccionadas na hora. Para isso, basta uma tesoura, uma linha de nylon, tecido ou barbante, e bastante paciência. Isso porque, ao cortar as bandeirinhas, todas deverão ter o mesmo tamanho, e serem penduradas, uma a uma, no cordão utilizado para a confecção dessas bandeirinhas. Apesar do trabalho para a confecção, os impactos que elas causam nas festividades valem muito a pena.


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Categoria(s) do artigo:
Papel

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